Roteiro 1 a 3 dias pelo Parque Natural de Montesinho
O Parque Natural de Montesinho localiza-se na ponta Nordeste de Portugal, no distrito de Bragança, fazendo fronteira com Espanha. Em pleno Trás-os-Montes, podemos encontrar aldeias de casas de xisto repletas de tradição e em comunhão com a natureza. Se procuras um destino isolado do mundo, quer seja para escapares às multidões ou estar em contato com a natureza, este é o local ideal.
Ao longo deste post vou dar-te a conhecer o melhor que o Parque Natural de Montesinho tem para oferecer, com dicas para aproveitares a tua viagem da melhor forma possível (roteiro de 1 a 3 dias).
Para estares sempre preparado(a) não te esqueças de levar contigo:
- Comida/Snacks;
- Água;
- Veículo atestado de combustível (dentro do Parque quase que não há bombas para encher o depósito);
- Fato de Banho (há várias praias fluviais no Parque);
- Telemóvel ou GPS;
- Mapa de estradas em papel (existem várias zonas onde a rede é praticamente inexistente, logo, aconselho-te a trazeres um mapa para saberes sempre qual o caminho a seguir).
Onde dormir?
Aconselho alojares-te numa povoação ou cidade próxima da entrada do Parque, dado que, se ficares numa das aldeias dentro do Parque, dependendo da época do ano, podes não encontrar nenhum restaurante, pôr gasóleo, ou até mesmo comprar os alimentos mais básicos.
Como Bragança concentra a maioria do comércio e alojamentos desta região, e localiza-se na entrada do Parque, considero ser o melhor ponto de partida para visitar o Parque Natural de Montesinho.
Recomendo vivamente o Camões Studio, um apartamento moderno no centro de Bragança, com uma decoração moderna, elegante e acolhedora. Possui uma pequena cozinha, perfeita para o tipo de viagens que fazemos. Após passarmos os dias a conduzir por Montesinho, chegávamos tarde a Bragança, portanto cozinhávamos pratos simples no Camões Studio e comíamos enquanto planeávamos o roteiro do dia seguinte.
Bragança
Bragança é uma cidade grande mas no entanto tem um centro histórico que se percorre facilmente a pé. Alguns dos seus pontos de interesse são:
- A Praça da Sé
- A Igreja de São Bento
- O Castelo e a sua Torre de Menagem
- O Museu Ibérico da Máscara e do Traje
- A Igreja de Santa Maria
- O Pelourinho
- O Domus Municipalis
- A antiga estação ferroviária de Bragança
- Arte Urbana (com obras de Bordalo II)
- Miradouro de São Bartolomeu
Gimonde
A primeira aldeia que visitámos no Parque de Montesinho foi Gimonde estando a apenas 15 minutos de carro de Bragança. Aqui situa-se a Ponte de Gimonde (ou Ponte Velha), que se ergue sobre o Rio Malara. A sua estrutura foi edificada pelos Romanos, tendo sido alterada ao longo dos séculos, como durante a Idade Média. O seu comprimento é de cerca de 140 metros e tem de largura 4,5 metros.
Gimonde apresenta vários vestígios da ocupação romana, sendo uma pequena aldeia com casas feitas do típico material transmontano, o xisto. Percorre as ruas a pé até chegares à Igreja para admirares este lugar tão genuíno.
Quintanilha
Seguindo a N218 o próximo lugar do nosso roteiro é Quintanilha, mesmo na fronteira com Espanha. Descendo para o vale do Rio Maçãs, que delimita a fronteira, encontramos moinhos antigos, a praia fluvial e o grande parque de merendas. A paz e tranquilidade oferecidas pelo espaço, torna Quintanilha num local onde tudo está em sintonia com a natureza.
Guadramil
Guadramil é um daqueles lugares que parece ter parado no tempo. Ao passarmos por esta típica aldeia transmontana de casas de xisto, apercebemo-nos do que é a isolação. Num canto perdido do Parque Natural de Montesinho, Guadramil apenas tem 20 habitantes que se entretêm na agricultura e pecuária. Não encontrámos ninguém nas ruelas estreitas, muitas casas abandonadas, poucas com sinais de ocupação. A partir da Igreja Matriz podemos observar toda a aldeia, perdida na desolação do silêncio enquanto vê os anos passar.
Seguimos a placa em direção a Rio de Onor que se escondia por entre a vegetação.
Rio de Onor
A fama atribuída a Rio de Onor não é em vão. Ao chegarmos a esta aldeia comunitária portuguesa/espanhola percebemos de imediato a razão de tanta popularidade.
Casas de xisto escuro com moradores simpáticos ocupam as margens do Rio Onor, entrelaçadas entre ruas estreitas. A fronteira atravessa a aldeia, então para efeitos oficiais, em Portugal temos Rio de Onor e em Espanha (apenas uns passos mais à frente) Rihonor de Castilla. Chamam-se "o povo de cima" e "o povo de baixo". Os habitantes consideram-se um único povo, com um governo e língua próprios - rionorês.
Por ser uma aldeia comunitária, existe uma partilha e entreajuda de todos os residentes, através da partilha de terrenos agrícolas, rebanhos e fornos comunitários, por exemplo. Este é o principal elemento que torna Rio de Onor numa aldeia única.
Explora as suas ruas sem pressa, para poderes apreciar cada detalhe deste lugar incrível. Ao caminhares, passa pela Ponte Romana que une as duas margens da aldeia; a Igreja Matriz de Rio de Onor; e o forno e forja comunitários. Não deixes também de conhecer o café da aldeia, onde conversámos com o Senhor Bernardino, que nos fez sentir tão bem recebidos, contando-nos a história da aldeia e do seu café, como era antes de se tornar tão célebre, o inverno rigoroso e outras curiosidades.
Almoçámos no restaurante O Trilho d'Onor, à beira-rio, onde comemos uma posta mirandesa saborosíssima. Aqui escutámos com mais atenção enquanto clientes falavam ora espanhol, ora português e claro, rionorês.
Despedimo-nos de Rio de Onor e dirigimo-nos pelo sentido da placa que indicava Espanha.
Puebla de Sanabria
Continuando pela estrada que atravessa Rio de Onor até Rihonor de Castilla segue sempre em frente na estrada ZA-921, em Espanha, e chegarás a Puebla de Sanabria.
Esta povoação surpreendeu-me pela positiva! Não tínhamos planeado ir a Espanha mas ao ver no mapa este lugar, decidimos ir conhecê-lo (e foi uma ótima decisão, diga-se de passagem).
Puebla de Sanabria fica na província de Zamora entre o Rio Tera e o Rio Castro e tem cerca de 1400 habitantes. Os principais pontos turísticos de Puebla de Sanabria estão localizados no centro histórico. Passeia pelas ruas para poderes observar as casas de pedra escura, encaixadas entre lojas, cafés, restaurantes e hotéis.
Sobe até ao Castelo dos Condes de Benavente e admira a vista sobre os telhados pretos espalhados ao longo do rio. Visita também a Igreja de Santa María del Azogue e a Ermida de San Cayetano.
Lago de Sanabria
Uma vez nesta região, não deixes de conhecer o Parque Natural do Lago de Sanabria a apenas 20 minutos de carro de Puebla de Sanabria. Aqui encontras várias zonas balneares à volta do rio ou do lago. A melhor é a Playa de Los Enanos, dado ter um parque de estacionamento, um parque de campismo e alguns cafés e restaurantes ao seu redor.
Para chegares ao Lago de Sanabria segue apenas a sinalética a partir de Puebla de Sanabria. As estradas estão em bom estado e o caminho está bem sinalizado.
Montesinho
De seguida voltámos para Portugal pela ZA-925, entrando na fronteira em Portelo. Fizemos um pequeno desvio para visitar a aldeia de Montesinho, que originou o nome do Parque. As ruas são estreitas e as casas de xisto. As pessoas são poucas mas a presença da natureza é muita. Montesinho é o mais típico e puro Trás-os-Montes.
Gondesende
Mais uma aldeia na Rota da Terra Fria, Gondesende fica perto de um parque de campismo e tem vários percursos pedestres que podem ser realizados. Detém também um carvalho centenário.
Vinhais
Vinhais é conhecida pela sua produção vinícola e fumeiros mas conta também com monumentos de valor histórico como o Castelo, o Convento de São Francisco, a Igreja de São Facundo e o Pelourinho Manuelino.
O que visitar perto do Parque Natural de Montesinho?
Praia Fluvial da Barragem do Azibo
Aqui encontras águas quentes tranquilas e uma envolvência com todos os equipamentos necessários para relaxares e aproveitares o Azibo: cafés, restaurantes, WC, estacionamento, relva e areia à volta da água, com muitas árvores a oferecer sombras.
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