Roteiro de 2 a 4 Dias Para Visitar a Serra Do Gerês
O Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG) reúne as condições perfeitas para os amantes de natureza e atividades ao ar livre. Com paisagens deslumbrantes, cascatas idílicas, lagoas e rios de águas cristalinas, miradouros imponentes, aldeias pitorescas e mil e uma maravilhas, todos deviam visitar o Gerês pelo menos uma vez na vida!
Ao longo deste post vou dar-te a conhecer o melhor que a Serra do Gerês tem para oferecer, com dicas para teres uma viagem inesquecível (roteiro de 2 a 4 dias).
Para estares sempre preparado(a) não te esqueças de levar contigo:
- Comida/Snacks;
- Água;
- Veículo atestado de combustível (dentro do Parque quase que não há bombas para encher o depósito);
- Fato de Banho (há várias praias fluviais e cascatas onde tomar banho no PNPG);
- Telemóvel ou GPS;
- Mapa de estradas em papel (existem várias zonas onde a rede é praticamente inexistente, logo, aconselho-te a trazeres um mapa para saberes sempre qual o caminho a seguir).
Onde fica o Parque Nacional Peneda-Gerês?
O Parque Nacional Peneda-Gerês localiza-se no Norte de Portugal, entre o Alto Minho e Trás-os Montes, abrangendo cinco concelhos.
O PNPG det´´em cinco portas de entrada, uma em cada um dos concelhos que integram esta área protegida, sendo cada uma dedicada a uma temática diferente. São elas:
- Porta de Montalegre (Montalegre): Paisagem
- Porta de Campo do Gerês (Terras de Bouro): História e Civilizações
- Porta de Lindoso (Ponte da Barca): Geologia e Água
- Porta do Mezio (Arcos de Valdevez): Conservação da Natureza e Biodiversidade
- Porta de Lamas de Mouro (Melgaço): História e Ocupação do Território
Quando visitar o Gerês?
O Gerês apresenta uma pluviosidade elevada no inverno, por conseguinte a generalidade das pessoas visita o PNPG no verão. No entanto, se queres evitar as multidões, podes viajar no final da primavera ou no início do outono. Para além de poderes aproveitar os lugares incríveis do parque de forma mais tranquila, outra das vantagens de conhecer o Gerês noutra estação que não o verão, é o facto de as cascatas e lagoas terem muito mais água!
Onde dormir no Gerês?
Arranjar alojamento no Gerês no verão é bastante difícil, especialmente se realizares a reserva com pouca antecedência (como eu 😰). Todavia, se reservares com tempo, poderás encontrar achados surpreendentes.
Iniciei a viagem pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês em Pitões das Júnias, logo, utilizei a porta de Montalegre como entrada. Como estive 2 dias e uma tarde no Gerês, dormi 2 noites no parque.
Na primeira noite fiquei na Casa do Preto em Pitões das Júnias, um hotel com uma vista belíssima para a serra envolvente e um restaurante que dá a provar os sabores das especialidades da casa, de produção própria.
Na segunda noite fiquei em Vilar da Veiga, na Galicia Guesthouse, com vista para o Rio Cávado e a 2 minutos a pé da praia da Barragem.
Vista a partir de uma varanda da Casa do Preto |
Vista para Pitões das Júnias a partir de uma varanda da Casa do Preto |
Quarto da Galicia Guesthouse |
Vista a partir da varanda do quarto da Galicia Guesthouse |
Dia 1
Pitões das Júnias | Mosteiro de Santa Maria das Júnias | Cascata de Pitões das Júnias | Cascata de Cela Cavalos| Ponte da Misarela | Fafião |
1º- Pitões das Júnias
A primeira atividade da nossa viagem pelo Gerês é explorar a aldeia de Pitões das Júnias, a cerca de 1200 metros de altitude, uma das aldeias mais altas de Portugal. As construções em pedra, a beleza natural e as pessoas acolhedoras tornam Pitões no destino ideal para o começo da nossa viagem pelo Gerês.
Pitões é uma aldeia de agricultores e pastores, que tem visto a sua população a decrescer devido à emigração e por isso, tem assistido ao seu gradual isolamento. Não obstante, Pitões tem ruas estreitas lindíssimas com a serra como pano de fundo.
2º- Mosteiro de Santa Maria das Júnias
O Mosteiro de Santa Maria das Júnias destinava-se a albergar frades e embora persista uma grande dúvida quanto à data da sua origem, a mais consensual é a sua fundação ter sido no século XII pela Ordem de Cister. O mosteiro foi deixado ao abandono no ano de 1834 devido à extinção das ordens religiosas em Portugal. Poucos anos mais tarde, deflagrou um incêndio que destruiu grande parte do mosteiro.
Como chegar: Para chegares ao Mosteiro de Santa Maria das Júnias, basta seguir as placas com a indicação a partir do centro de Pitões, estacionar o carro no parque de estacionamento e por último, descer pelo caminho de terra batida e escadas antigas até avistares o Mosteiro.
3º- Cascata de Pitões das Júnias
A imagem de marca de Pitões das Júnias, a cascata, encontra-se próxima das ruínas do Mosteiro. Apesar de não existir nenhum acesso até à cascata em si, podemos observá-la a partir de um miradouro. A cascata tem 30 metros de altura e embora não seja uma das mais notáveis no Parque Nacional Peneda-Gerês, a caminhada vale a pena pela bonita envolvente.
Nota: Os passadiços que levam até ao miradouro da cascata encontram-se em muito mau estado, logo, aconselho-te a teres cuidado.
4º- Cascata de Cela Cavalos
Saindo da autêntica aldeia de Pitões das Júnias, seguimos para a Cascata de Cela Cavalos, ainda no concelho de Montalegre. Após passarmos pela Barragem da Paradela, entre a aldeia de Cela e de Lapela, encontramos esta idílica cascata. Aconselho-te a visitares a cascata de manhã cedo ou ao final da tarde, visto que o percurso é feito sempre ao sol (não há sombras), o que torna a caminhada muito mais cansativa.
Como chegar: Seguindo a estrada nacional M308, poderás deixar o carro em frente à Capela de Santa Luzia e realizar uma caminhada de cerca de 30 minutos num caminho de terra batida até à cascata.
5º- Ponte da Misarela
Sobre o Rio Rabagão, no fundo de um desfiladeiro vertiginoso, a Ponte da Misarela exibe a sua majestosidade, carregando consigo um passado repleto de guerras, enxurradas, lendas e magia. Também conhecida por Ponte do Diabo, a sua alcunha deve-se à crença de que foi construída pelo próprio Diabo (para conheceres a lenda completa clica aqui). A cascata junto da ponte e a vegetação tornam este um dos locais mais místicos e sublimes do PNPG.
6º- Fafião
Fafião é o próximo destino na nossa viagem pela Serra do Gerês. Rodeado por uma paisagem exuberante, é o local perfeito para quem procura a tranquilidade e atividades ao ar livre. Apresenta rios e lagoas de águas límpidas, recortados pela serra.
- Começando pelo Miradouro de Fafião, podes estacionar o carro perto de um pequeno campo de futebol e seguir o trilho durante cerca de 5 minutos. Ao chegarmos ao miradouro, somos brindados com uma vista de tirar o fôlego de todas as montanhas em redor. Este é provavelmente o miradouro mais original onde já estive em Portugal: construído sob duas rochas, uma estrutura metálica em perfeita comunhão com a natureza.
- Perto do Miradouro de Fafião, encontra-se o Fojo do Lobo, uma armadilha ancestral para caçar os lobos que comiam o gado na região. O lobo percorreria os 64 metros de comprimento da estrutura até chegar ao poço de cerca de 3 metros de profundidade, que estava escondido por vegetação, acabando por cair para o seu interior.
- Na estrada que liga Fafião à famosa Cascata do Tahiti, localiza-se um pequeno tesouro: as lagoas da Ponte Pigarreira. De água cristalina, formadas entre várias pedras, encontramos o lugar perfeito para descansar, sem a presença de muitas pessoas.
Nota: O acesso é extremamente fácil. Basta estacionares o carro nas imediações da ponte e descer para as lagoas, pelas escadas de pedra.
Fojo do Lobo |
7º- Praia da Barragem
Vilar da Veiga é o melhor local para pernoitares, visto estar perto de imensas atrações e deter restaurantes, hotéis e supermercados: as condições perfeitas para reabasteceres. Ao pé da guesthouse onde eu fiquei, situa-se a Praia da Barragem, no Rio Cávado, com uma vista espetacular para as casas encaixadas nas montanhas envolventes.
Dia 2
Cascata do Tahiti | Miradouro da Ermida | Miradouro da Pedra Bela | Cascata do Arado | Miradouro das Rocas
1º- Cascata Tahiti (Fecha de Barjas)
A Cascata de Fecha de Barjas, mais conhecida como Cascata do Tahiti, é uma das mais icónicas cascatas do PNPG, no entanto, ao depararmo-nos com a sua imponência e magnitude, é fácil perceber o porquê de tanta fama. Ao chegarmos ao local somos de imediato atraídos pelo som da força da água, que desce inúmeros patamares até alcançar a última e maior lagoa que a cascata forma.
Nota: É de grande importância salientar o facto de já terem acontecido vários acidentes e até mortes ao aceder a esta cascata. O piso é escorregadio, por isso, tem cuidado!
2º-Miradouro da Ermida
Não muito longe da Cascata Tahiti, localiza-se o Miradouro da Ermida, que possui uma vista maravilhosa sobre as casas espalhadas pelo verde acentuado da serra. Podemos encontrar aqui também um posto de informação, onde é possível adquirir mapas da região.
Dica: Aproveita para pedires um mapa no posto, para te poderes orientar nos caminhos e trilhos, mesmo quando não há rede.
3º- Miradouro da Pedra Bela
O Miradouro da Pedra Bela detém uma das vistas mais arrebatadoras do PNPG a 829 metros de altura, sobre a união do Rio Cávado com a Albufeira da Caniçada. Eu tive a sorte de poder visitar este lugar de extraordinária beleza num dia de sol, que realçou as cores intensas da paisagem envolvente.
Nota: Existe um pequeno estacionamento e mesas de piquenique junto do miradouro.
4º- Cascata do Arado
A Cascata do Arado ´´e uma das cascatas do Gerês com melhor acessibilidade. Poderás deixar o carro no largo no sopé do Miradouro das Rocas para evitar causar danos ao mesmo e de seguida, percorrer o resto da estrada a pé. Ora, se o teu carro for um pouco mais alto, poderás também avançar pela estrada de terra batida até à ponte sobre o Rio Arado e estacioná-lo junto da escadaria que te guia até à vista para a Cascata do Arado. Se quiseres tomar banho na piscina natural formada na base da cascata, terás de caminhar cuidadosamente de pedra em pedra até chegares lá.
Nota: Devo advertir-te para a possibilidade de a Cascata do Arado estar praticamente seca se for visitada durante os meses de Verão, tal como me aconteceu a mim.
A Cascata do Arado quase seca (Agosto) |
5º- Miradouro das Rocas
O Miradouro das Rocas encontra-se a quase 800 metros de altitude, mesmo ao lado da Cascata do Arado. No entanto, para obteres esta vista deslumbrante, terás de te esforçar numa subida íngreme até ao miradouro. Aconselho-te a não realizares este percurso nas maiores horas de calor, principalmente no Verão, visto que, a probabilidade de ser tão tormentoso que tenhas de desistir é muito elevada.
O que visitar perto do Gerês?
Montalegre
Montalegre detém uma das principais portas de entrada para o PNPG mas apresenta uma beleza imensa por si só. Poderás passear entre as casas de pedra escura, com um pano de fundo lindíssimo. Não te esqueças de visitar o castelo de Montalegre, subindo até ao seu topo, para poderes observar a vista no seu apogeu.
Espero que tenhas gostado deste post e que tenhas ficado com vontade de conhecer o Gerês! Acrescentarias algum ponto a este roteiro? Conta-me nos comentários ☺
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2 comentários
Adoroo!!
ResponderEliminarFico muito feliz que tenha gostado!
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